Paulo Narciso - Pintura a Óleo 3D




Como define o seu artesanato?
O meu artesanato é o retrato da nostalgia que me desassossega constantemente.
É um reflexo do meu passado que ficou por revelar.
O meu trabalho consiste na pintura decorativa em 3 dimensões, com relevo acentuado, através da aplicação de aspectos rústicos de outros tempos, da nossa paisagem rural, testemunhos do nosso legado histórico-geográfico.
Quando iniciou a actividade artística?
Foi no ano 2000, num período de revelação, quando senti que havia uma história para ser contada, não por palavras, mas com imagens do meu consciente. A pintura foi o motor e a nossa paisagem, o rumo tomado.
Cedo verifiquei que, a pintura propriamente dita, não era o caminho exacto a seguir, pois mais cedo ou mais tarde, iria exigir da pintura uma condição mais matérica e relevante e, em belas artes, essa condição não existe. Só com o exponencial do artesanato, num compromisso gerado entre as minhas mãos e a minha criatividade. É como um pai que cria o seu filho, acompanha-o desde a sua concepção até ao seu suposto destino, sabendo que, no fundo, um dia alguém irá olhar por ele, com um carinho especial. É parte de mim que deixo ir. Assim, ficarei resignado com a ideia que executei uma bela peça de artesanato.
Para si, qual foi a peça que mais gostou de fazer? Porquê?
Talvez a primeira que fiz, por ter tido um carácter especial, num período de revelação interior, aliada à descoberta e experimentação de materiais, produtos e auxiliares de pintura mais condicionantes. No fundo, todos os trabalhos deram-me imenso prazer de os executar. Há uma certa descendência e uma relação afectiva com os meus trabalhos.
Quais os materiais usados?
A madeira, o arame, a cola, a pasta de papel, massa de modelar, pastas acrílicas, tinta acrílica e de óleo, sobre tela dupla ou em suporte rígido de madeira.
O que pensa do blog do GAVE?
A primeira coisa que me impressionou foi a cor de fundo, com uma textura suave a imitar papel. A seguir foi a sua configuração e articulação informativa, que não descura em nada a natureza da nossa associação.
Devo confessar que, com este passo, talvez os associados e demais intervenientes dêem mais atenção e consideração, a uma ainda frágil e parca instituição, criada por todos e para todos. Fazia falta termos esta “alma” a acompanhar os nossos passos, naquilo que melhor fazemos com o nosso saber, com as nossas mãos.